publicoalvo.net

Cláudia de Lira
Para o Amigos

Fazer compras em supermercado ou em outros estabelecimentos comerciais que empacotam mercadorias em sacolas plásticas é uma tarefa que faz parte do cotidiano de quase todas as pessoas. Além disso, a reutilização dessas sacolas para acondicionar o lixo caseiro também é realidade corriqueira nos lares, um hábito consolidado que tem importante papel no destino e na reciclagem do lixo.

Em São Paulo essa rotina foi alterada desde a semana passada, quando os supermercados pararam de distribuir gratuitamente sacolas plásticas. Quem quiser continuar transportando suas mercadorias em sacolinhas terá de adquiri-las. A decisão considerou a necessidade de reduzir despesas dos supermercados e, também, a obrigação de adotar uma conduta ecológica politicamente correta.

Chama atenção que mesmo sem distribuir as sacolas os preços das mercadorias não sofreram decréscimo. Ninguém crê que o custo das sacolas não estivesse embutido no preço das mercadorias, não é mesmo?

Por isso o argumento dos varejistas de que a decisão é necessária para reduzir despesas não convence. Agora, em São Paulo, os consumidores estão gastando duplamente, pois continuam pagando o custo das sacolas no preço das mercadorias, e pagando por elas caso optem por levar as mercadorias acondicionadas; ou estão suportanto o custo das sacolas embutido nos preços e tendo que comprar sacos de lixo – de plástico – para acondicionar dejetos caseiros, aumentando, assim, os ganhos dos comerciantes varejistas.
 

Nem mesmo a justificativa de que a conduta é ecologicamente correta convence, porque mesmo sendo utilizadas sacolas retornáveis, ecobags ou carrinhos de feira, as sacolas plásticas para o lixo continuarão existindo.

Aqui no Rio Grande do Sul o debate já se instalou. Pesquisas apontam que a maioria da população é contra o fim das sacolinhas. Sem dúvida o debate sobre o fim ou não do fornecimento das sacolas plásticas no comércio varejista está apenas começando.

Pois sou favorável à manutenção das sacolas plásticas, e penso que há bons exemplos que poderiam ser seguidos por aqui, no Rio Grande do Sul pelo menos.

No Hipermercado Tienda Inglesa, em sua loja de Punta del Este, no Uruguai, as sacolas plásticas utilizadas para empacotar as mercadorias tem cores diferentes, e indicações precisas sobre como serem usadas na coleta do lixo.

As sacolas amarelas são destinadas ao descarte de plásticos; as verdes, para abrigar metal e, as azuis, empregadas para coleta de papel em geral. Há as de cor laranja, reutilizadas para acondicionar alimentos orgânicos. A legenda segue padrões internacionais.

Pesquisas indicam que a melhor forma de descartar o lixo é através da reutilização das bolsas plásticas (sacolinhas) fornecidas pelos comércio varejista. Então, a conduta do Hipermercado uruguaio é uma alternativa legal, ecologicamente correta, a estimular a que as pessoas separem o lixo, e contribuam com o planeta.

Para aqueles que são contumazes em misturar o lixo, a cor distinta das sacolas, e a recomendação encontrada em cada uma delas pode ser um baita empurrão.

Em Pelotas ainda há muitos que se negam a separar o lixo, faltando consciência às pessoas, ao mesmo tempo em que abunda uma insistente teimosia. Para comprovar, basta analisar o lixo quando ele é remexido nas lixeiras distribuídas pela cidade.

Como os gaúchos gostam muito de freqüentar Punta del Este, e apreciam ‘clericot’, ‘parrilla’, ‘quesos’, ‘ vinos’, ‘fiestas’, ‘casino’, ‘paellas’ e outras ‘bossas’, além de amar a reprodução de padrões encontrados pelas bandas uruguaias, seria bacana copiar em nosso ‘pago’ o bom exemplo dos ‘hermanos’, mantendo-se o fornecimento de sacolas plásticas pelo comércio varejista, mais resistentes e biodegradáveis, com um layout indicativo da reutilização adequada das mesmas.

Fonte: http://www.amigosdepelotas.com/2012/04/sacolas-plasticas-com-dias-contados.html