Supermercados debatem futuro das sacolas plásticas no RS
O futuro de um item presente diariamente na vida de 100% da população gaúcha estará em pauta nesta quarta-feira, 11, em evento promovido pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) em Porto Alegre. O “II Fórum Agas das Sacolas Plásticas: Problema ou solução?” reunirá autoridades políticas, ambientalistas, varejistas e consumidores para discutir o uso e a distribuição das sacolinhas plásticas no comércio gaúcho.
O evento terá entrada gratuita e vai ocorrer no Hotel Deville (Av. dos Estados, 1909), em Porto Alegre, a partir das 13h30 desta quarta. O debate sobre o tema ganhou força em todo o País a partir do dia 4 de abril, quando os supermercados de São Paulo encerraram a distribuição das sacolas plásticas aos consumidores.
Para o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, no entanto, a medida pode se revelar prematura, devido à falta de alternativas que sejam práticas, recicláveis, economicamente viáveis e menos prejudiciais ao meio ambiente. “Se simplesmente eliminarmos as sacolas plásticas, as famílias gaúchas serão oneradas em média em R$ 15 mensais para a aquisição de sacos de lixo. Estaremos, na prática, transferindo a conta para o consumidor, que simplesmente trocará a cor do saco plástico de lixo, de branco para azul ou preto”, observa. Veja abaixo as outras justificavas da Agas.
No ano passado, o Instituto Segmento Pesquisas realizou levantamento junto à população gaúcha e apurou que 81,1% dos consumidores se posicionam contra a proibição do uso das sacolas plásticas atualmente.
Por quê a Agas resiste ao fim das sacolas plásticas:
- A ineficácia e as incertezas das outras alternativas e o monopólio da produção dos sacos chamados biodegradáveis;
- O consequente desemprego na indústria do plástico e os reflexos na economia;
- Estudos da Agas mostram que 65% das sacolas plásticas ainda saem dos caixas sem ter sua capacidade total utilizada, e que 13% dos gaúchos levam sacolas extras para outras utilizações em casa;
- Segundo os números da Segmento Pesquisas, 95%dos gaúchos usam sacolas plásticas para carregar suas compras. Entre os 5% que afirmaram não utilizar sacos plásticos, metade disse carregar as compras em sacolas retornáveis/de pano, 25% mandam entregar os produtos em casa, 15% utilizam caixas de papelão e 10% colocam nos carrinhos de compras;
- Somente 4% do petróleo brasileiro é utilizado na produção de plástico. Desse total, apenas 0,15% é utilizado para a produção de sacolas plásticas;
- Estudo britânico mostra que, para “empatar” com a sacola plástica em termos de sustentabilidade, uma sacola de algodão precisa ser utilizada 131 vezes sem ser lavada. Do contrário, estará prejudicando mais o meio-ambiente que uma sacola comum de plástico. Para os sacos de papel valerem à pena, a reutilização deve ser de 3 vezes, e para a de polipropileno, 11 vezes;
- O plástico tem o mesmo poder calorífico do diesel, e não aproveitar este potencial é desperdiçar energia. A coleta seletiva do lixo só é possível graças ao plástico;
- Se as sacolas plásticas forem proibidas nos supermercados, cada família gaúcha será onerada, em média, em R$ 15 mensais com a compra de embalagens para destinar seu lixo (sacos de lixo);
- Econômicas, duráveis, resistentes, práticas, higiênicas e inertes, as sacolas plásticas são reutilizáveis e 100% recicláveis;
- Pesquisa do Ibope confirma que 100% das sacolas plásticas são reutilizadas como saco de lixo;
- Embalar o lixo em plástico é uma recomendação dos órgãos de saúde do país, para que se evitem contaminações.
Fonte: http://www.gaz.com.br/noticia/339523-supermercados_debatem_futuro_de_sacolas_plasticas_no_rs.html
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