Projeto dá cara nova aos papéis na Feira do Livro de Jaraguá do Sul
Lugar de papelão não é apenas dando forma a caixas que armazenam coisas pelo mundo afora. Esse material tem diversas outras funções, inclusive, a de encapar livros. E tem sido esse o motivo pelo qual Cristiano Moreira, coordenador de projetos do Instituto Caracol, de Navegantes, vem percorrendo escolas do Estado inteiro há mais de um ano.
Com o aprendizado trazido da Argentina na bagagem, ele ensina os segredos que circundam a transformação do material, geralmente, posto no lixo, em arte. A ideia central do trabalho é fomentar a leitura. Mas, para isso, a Ong resolveu dar a mesma atenção à reciclagem.
Como? De uma maneira simples e barata. Funciona assim: parte do papelão recolhido por catadores nas ruas de Navegantes é vendida à instituição. Depois, algumas pessoas se juntam e convertem o produto em capas de livros pintadas pelas próprias mãos e do jeito que o autor bem entender. O mesmo processo, somando até a produção de textos, costuma ser apresentado também a alunos. Da estante que guarda os títulos até o conteúdo deles, tudo é feito de maneira artesanal e única.
Graças ao projeto Dengo Dengo Cartoneiro, segundo Moreira, cerca de mil pessoas já foram atendidas. Além disso, 80% das publicações têm assinatura de autores catarinenses contemporâneos. “Não é um manifesto contra o mercado editorial, mas uma maneira de incentivar e envolver crianças e adultos no processo”, explica.
Na Feira do Livro de Jaraguá do Sul, quem quiser entrar para o grupo dos conhecedores da cartonaria e do papelão loquax deve procurar a barraca que está instalada na entrada do estande principal. No local, livros resultantes da iniciativa são vendidos a R$ 7. Os que preferirem aproveitar a oportunidade e desenhar uma capa pagam somente R$ 5. Quem se interessar em saber cada detalhe da técnica, não precisa ficar constrangido. Conforme o responsável, o intuito é repassar a receita ao maior número possível de leitores.
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