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O mestre das embalagens

02Jul
02jul2012, segunda-feira - 17h11

Por Lais Peterlini


Livro: O Código Cultural — Por Que Somos tão Diferentes, Clotaire Rapaille


Banda: Bee Gees


Hobby: ficar com a família


"Insaciável”! Essa foi a palavra que Mário Narita usou para descrever sua relação com os projetos da Narita Design. Há 37 anos no mercado, o designer de 54 anos é o responsável pela criação de uma boa parte das embalagens nas gôndolas dos pontos de venda do País. Produtos reconhecidos pelo consumidor, como os chocolates Lacta, a lata vermelha da cerveja Brahma ou o pacote de aveia Quaker. Narita também desenhou logos famosos, como a “velhinha” da Casa do Pão de Queijo e a logomarca do Guaraná Antarctica.

Começou na área cedo, graças à indicação de um primo: aos 17 anos, entrou na função de “past-up” na agência Nexus. O trabalho consistia em colar as lâminas de texto nos anúncios. Almejando crescer na carreira, ingressou no curso de Publicidade e Propaganda na Universidade de São Paulo (USP) e passou a trabalhar na Norton. “Nessa época, comecei a treinar minha mão para ser letrista — profissional que marcava as letras do anúncio à mão — até que consegui ocupar essa vaga”, conta.

O aprimoramento da habilidade de marcar as letras abriu portas para o profissional nas agências Almap e Proeme. O novo aprendizado na carreira aconteceu com a oportunidade de trabalho na DPZ. “Trabalhar lá abriu a minha cabeça, porque eles tinham um jeito diferente das outras agências em que eu havia trabalhado”, lembra.

A relação com as marcas e embalagens começou com a criação do departamento de design da agência e o convite para reforçar a equipe. “Comecei a gostar dos trabalhos que exigiam pensamento e que durassem no tempo”, afirma.
Tempo, aliás, é o que define uma boa embalagem, segundo Narita. Em 1991, criou o departamento de design na MPM, o que fez deslanchar ainda mais seu trabalho no mercado de marcas e embalagens. Um convite da então Gessy Lever, para trabalhar com a marca Vinólia, mudou o rumo profissional de Narita, que ganhou a concorrência e passou a trabalhar sozinho em casa.

Com a chegada dos computadores e a mudança nos meios de produção, o profissional decidiu abrir o próprio negócio, a Narita Design. “Hoje não há nenhum trabalho só meu, todos são da equipe. Procuro não exacerbar meu ego, mas, sim, o pensamento de equipe”, declara o fundador da agência.
Por meio do que ele chama de “processo límbico”, o designer tornou-se referência na construção de posicionamentos, criação de embalagens, shapes e identidades visuais que procuram entender o consumidor. “Em um mercado tão competitivo como o de hoje, para desenvolver uma boa embalagem é preciso principalmente conhecer o consumidor”, diz Narita.

 

Fonte: http://www.meioemensagem.com.br

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