Faltam caixas de papelão nos mercados
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
O primeiro dia sem sacolinhas de plástico oferecidas gratuitamente nos mercados da região não trouxe tanta felicidade aos consumidores. Poucos aderiram à ideia de comprar, por cerca de R$ 0,20, as sacolas biodegradáveis, mesmo com as caixas de papelão disponíveis pelos varejistas não sendo suficientes para suprir a demanda dos clientes. A opção de comprar as sacolas retornáveis era motivo de reclamações nas bocas dos caixas.
Ontem entrou em vigor o acordo entre a Associação Paulista de Supermercados e o governo estadual para eliminar a oferta de sacolas plásticas gratuitamente nos estabelecimentos, com o objetivo de contribuir para a preservação do meio ambiente, tendo em vista que esse tipo de material leva cerca de 100 anos para se decompor na natureza. Na região, os mercados economizarão cerca de R$ 1,8 milhão ao ano e no Estado a redução de gastos será de R$ 600 milhões no mesmo período, já que o custo médio às empresas com as sacolinhas era de R$ 0,02 por unidade. A redução é de 2,5 bilhão de embalagens distribuídas mensalmente.
"Isso é um absurdo. Eles já embutiam os preços das sacolas nos produtos que vendiam. E agora, com poucas caixas de papelão disponíveis, temos que gastar R$ 2 com uma sacola que também é de plástico. E mesmo que dure um pouco mais, não é ecologicamente correta", criticou o educador de São Bernardo Manoel Pereira.
Para a cozinheira andreense Mirian Cristina Vitorino, o problema é o peso no orçamento. "Hoje tenho que pagar R$ 2 por uma sacola retornável. E se eu esquecer ela amanhã, em casa, terei que gastar mais R$ 2", disse.
A contadora Alessandra Lea Nogueira Guimarães opinou que não acredita que reduzir sacolinhas de plásticos será a solução para o meio ambiente. Junto ao seu marido comprando em hipermercado de Santo André, a paulistana levava as compras para o carro nas mãos. "Não tinha mais caixas", afirmou o marido de Alessandra e também contador, Abel Wagner Garcia.
A alternativa gratuita para as sacolinhas de plástico também transtornou os consumidores ontem, já que os mercados não tinham unidades suficientes para suprir a demanda. "E é muito constrangedor pedir caixas (para os funcionários dos mercados) e ficar esperando até que encontrem alguma", reclamou a compradora e moradora de Mauá Meire Blanco Gabriel.
BIODEGRADÁVEL - A equipe do Diário percorreu vários estabelecimentos da região. Não foi constatada oferta de sacolinhas plásticas. No entanto, a adesão às biodegradáveis, que custam R$ 0,20 por unidade ao consumidor, foi baixa.
Mas quem comprou defendeu a sua utilização. "Será muito bom porque ela é mais resistente e vou utilizá-la para pôr o lixo. Como é biodegradável, será bom ao meio ambiente. Não adiantaria nada eu levar a compra em caixas, ou em sacolas retornáveis, e comprar sacos plásticos, para o lixo, que não são biodegradáveis", argumentou o aposentado de São Caetano Pedro Delfino Gomes.
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