Brasil poderá ter fábrica de nano argila para embalagens de alimentos
A Secretaria de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC divulgou no dia 16 de setembro estudo de viabilidade para a construção, no Brasil, de uma planta de insumos nanométricos, isto é, de tamanho microscópico, voltada para a fabricação de embalagens plásticas. Elaborada pela consultoria Nanobusiness, contratada pela secretaria por meio de licitação, a análise identificou a nano argila como o insumo de maior potencial para a indústria nacional de embalagens, especialmente no setor de alimentos.
Isso porque o composto, formado a partir da argila, quando aplicado na fabricação das embalagens, as torna mais resistentes, flexíveis e impermeáveis, além de conferir a elas propriedades bactericidas e eliminadoras de oxigênio. Conforme o estudo, a escolha desse setor se explica pela liderança do Brasil como produtor e exportador de alimentos. Investimentos nessa área podem conferir ao país vantagens comparativas em relação à concorrência ao, por exemplo, melhorar a conservação e a durabilidade dos produtos.
Conforme o estudo, o investimento inicial necessário para colocar em funcionamento uma planta para a produção de nano argilas seria de R$ 29 milhões. Com financiamento público, a taxa de retorno foi calculada entre 40% e 63%. O investidor recuperaria o capital investido em cinco anos e meio. Ainda de acordo com o documento, a estimativa é de que o mercado nacional de insumos nanométricos aplicados às embalagens, incluindo a produção de nano argilas, chegue a algo entre R$ 14 milhões e R$ 41 milhões em 2016, com consumo de cerca de 390 toneladas de nano insumos.
O mercado de nano insumos para embalagens atingiu mais de US$ 250 milhões em 2011. As nano argilas são apenas um desses insumos e sua produção alcançou, no mesmo ano, 70 mil toneladas, sendo que 44% dessa produção foram direcionados ao setor de embalagens, aponta o estudo. Segundo o diretor do Departamento de Tecnologias Inovadoras do Ministério do Desenvolvimento, João Batista Lanari Bó, a intenção do governo ao financiar o estudo era “provar que existe um modelo de negócios realizável para um investimento em insumos nanométricos”.
Ainda de acordo com o diretor, pelo menos uma grande empresa brasileira já demonstrou interesse na planta para a fabricação de nano argilas a partir da análise de viabilidade produzida a pedido do governo. A iniciativa de propor um estudo na área partiu do Fórum de Competitividade de Nanotecnologia, coordenado pela Secretaria de Inovação. O documento completo pode ser acessado em:
http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1347971650.pdf
(Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MDIC / Portal FAPESB)
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