Alunos do Ceará transformam embalagens de papelão em cobertura térmica para casas
Estudantes do curso técnico de edificações da Escola Estadual Dr. José Alves da Silveira, do município de Quixeramobim, no sertão cearense, desenvolveram uma técnica de reaproveitamento de embalagens longa vida (Tetra Pak) para confecção de coberturas a serem instaladas nos forros das casas. Estes produtos ajudam a reduzir a temperatura interior das residências de famílias de baixa renda em até oito graus.
Os estudantes comprovaram a redução de temperatura por meio de experiências e estatísticas. O fato de 5% do material longa vida ser composto por alumínio garante o atributo de isolamento térmico. Para concretizar a ideia, é preciso organizar a coleta das embalagens, higienizá-las e operacionalizar a costura das mantas. O projeto acabou envolvendo todos os alunos da escola de Quixeramobim. Durante gincana, realizada na escola, foram arrecadadas 30 mil embalagens. As mantas têm 60 m²/cada. De 2011 até o momento, uma casa foi forrada e duas serão entregues, em breve.
Projeto
O projeto foi denominado Reação. O nome foi sugerido por um designer industrial do Sebrae, que deu consultoria à escola e projeto. “Toda ação gera uma reação. A nossa reação é reaproveitar o lixo”, explica Adriana Alves, professora e coordenadora do curso de edificações e do projeto Reação da Escola Estadual Dr. José Alves da Silveira.
Além do objetivo de desenvolver a capacidade científica e sustentável nos alunos, um dos objetivo do projeto Reação também está relacionado ao empreendedorismo. Segundo Adriana uma das ideias é estimular os pais dos alunos a constituir cooperativa para produzir as mantas de isolamento térmico de embalagens longa vida, como opção de geração de renda. “A iniciativa da escola visa aprendizagem científica para os alunos e não se trata de atividade produtiva ou que objetive lucro”, esclarece ela.
Outros produtos
O projeto Reação não ficou só nas mantas de embalagem longa vida. Os alunos também desenvolveram sacolas térmicas, protetores de para-brisa, carteiras, bolsas para notebook, lancheiras, estojos de lápis, entre outros, feitas do mesmo material. Os recursos arrecadados são investidos em benefício dos alunos, explica a coordenadora do projeto.“O dinheiro obtido patrocina transporte, festa de formatura e outras despesas dos alunos”, informa.
Sacos plásticos de arroz também entraram no rol de produtos sustentáveis do projeto dos alunos da escola. Eles passaram a coletar o material de donas de casa e supermercados para produzir redes para descanso e de pesca.
Outros resíduos, também reaproveitados por eles, são os de borracha e PVC, que são triturados e a escola utiliza o material para produzir tijolos para a construção civil. “Vamos construir uma casa modelo com esses tijolos para despertar interesse de alguma fábrica”, diz Adriana.
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